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Cartas de amor-É imprescindivel ler

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Mensagem por jmartins Seg Dez 22, 2008 8:24 am

Extraidas do Livro " As palavras que nunca te direi" de Nicholas Spark.
É excelente.
Deviam ler...Foram extraidas por ordem de leitura
Aconselho vivamente a lerem o livro.
De tão simples que é, consegue ser arrebatador, principalmente depois de ter lido as cartas.

22 de Julho de 1997
Minha querida Catherine,
Sinto a tua falta, meu amor, como sempre, mas hoje é particularmente difícil porque o oceano tem estado a cantar para mim, e a canção é a da nossa vida junta. quase consigo sentir-te a meu lado enquanto escrevo esta carta, e consigo cheirar o aroma de flores silvestres que me faz sempre lembrar de ti. mas neste momento, essas coisas não me dão qualquer prazer. as tuas visitas têm sido menos frequentes, e por vezes sinto como se a maior parte do que sou estivesse lentamente a dissipar-se. estou a tentar, ainda assim. à noite quando estou sozinho, chamo por ti, e sempre que a minha dor parece ser a maior, encontras constantemente maneira de voltar para mim. ontem à noite, nos meus sonhos, vi-te no pontão perto de wrightsville beach. o vento soprava através do teu cabelo, e os teus olhos retinham a luz pálida do sol que se desvanecia. fico espantado quando te vejo encostada ao parapeito. tu és bela, penso, enquanto te vejo, uma visão que nunca consigo encontrar em mais ninguém. começo a
andar lentamente na tua direcção, e quando finalmente te voltas para mim, reparo que outros têm estado a observar-te também. "conhece-la?" perguntam-me em sussurros invejosos, e enquanto sorris para mim, respondo simplesmente com a verdade. "melhor do que o meu próprio coração." paro quando chego perto de ti e envolvo-te nos meus braços. anseio por esse momento mais do que qualquer outro. É a razão da minha vida, e quando tu retribuis o meu abraço, eu entrego-me a esse momento, em paz mais uma vez. levanto a mão e toco suavemente na tua face e tu inclinas a cabeça e fechas os olhos. as minhas mãos são ásperas e a tua pele é macia, e interrogo-me durante um momento se vais afastar-te, mas claro que não o fazes. nunca o fizeste, e é em alturas como esta que eu sei qual é o meu objectivo na vida.
estou aqui para te amar, para te segurar nos meus braços, para te proteger. estou aqui para aprender contigo e para receber o teu amor em troca. estou aqui porque não existe outro sítio onde possa estar. mas depois, como sempre, a neblina começa a formar-se enquanto permanecemos juntos um do outro. É um nevoeiro distante que nasce do horizonte, e descubro que começo a ficar com medo à medida que ele se aproxima. ele insinua-se lentamente, envolvendo o mundo à nossa volta, cercando-nos como que para evitar que fujamos. como uma nuvem rolante, cobre tudo, fechando, até mais nada restar senão nós os dois. sinto a minha garganta a começar a fechar e os meus olhos a encherem-se de lágrimas porque sei que são horas de partires. o olhar que me lanças naquele momento persegue-me. sinto a tua tristeza e a minha própria solidão, e a dor no meu coração, que permanecera silenciosa só por um pequeno intervalo de tempo, torna-se mais forte quando tu me soltas. e
então estendes os braços e dás uns passos para trás, desaparecendo no nevoeiro porque ele é o teu lugar e não o meu. anseio por ir contigo, mas a tua única resposta é abanares a cabeça porque ambos sabemos que é impossível. e eu assisto com o coração a partir-se enquanto desapareces lentamente. dou comigo a esforçar-me por lembrar tudo acerca daquele momento, tudo acerca de ti. mas depressa, sempre demasiado depressa, a tua imagem desaparece e o nevoeiro recua para o seu lugar longínquo e eu fico sozinho no pontão e não me importo com o que os outros pensam quando baixo a cabeça e choro e choro e choro.

Garrett
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Mensagem por jmartins Ter Dez 23, 2008 8:20 am

6 de Março de 1994

Minha querida Catherine,

Onde estás tu? E porque razão, interrogo-me sentado sozinho numa casa escurecida, fomos forçados a separar-nos? não conheço as respostas para estas perguntas, por mais que me esforce por compreender. A razão é evidente, mas a minha mente obriga-me a rejeitá-la e sou atormentado pela ansiedade durante todas as minhas horas de vigília. sinto-me perdido sem ti. sinto-me sem alma, um vagabundo sem casa, um pássaro solitário em voo para lado nenhum. sinto todas essas coisas, e não sou absolutamente nada. esta, meu amor, é a minha vida sem ti. Anseio por que tu me mostres como viver de novo. tento lembrar-me de como éramos em tempos, no convés ventoso do happenstance. lembras-te como trabalhámos nele juntos? tornámo-nos numa parte do oceano enquanto o reconstruíamos, porque ambos sabíamos que tinha sido o oceano que nos havia juntado. Era em alturas como essas que eu compreendia o sentido da verdadeira felicidade. à noite, velejávamos sobre a água enegrecida e eu contemplava o luar reflectindo a tua beleza. olhava para ti com espanto e sabia no meu coração que estaríamos juntos para sempre. É sempre assim, pergunto-me, quando duas pessoas estão apaixonadas? não sei, mas se a minha vida desde que te tiraram de mim serve de alguma indicação, então penso saber as respostas. a partir de agora, sei que estarei sozinho. penso em ti, sonho contigo, invoco-te quando mais preciso de ti. É tudo o que posso fazer, mas para mim não é o suficiente. nunca será o suficiente, eu sei isso, mas que mais me resta fazer? se aqui estivesses, dir-me-ias, mas até disso me roubaram. tu sabias sempre as palavras certas para apaziguar a dor que sentia. tu sempre soubeste como fazer para que eu me sentisse bem por dentro.
É possível que saibas como eu me sinto sem ti? quando sonho, gosto de pensar que sim. antes de nos termos encontrado, atravessava a vida sem sentido, sem razão. sei que de alguma maneira, todos os passos que dei desde o momento em que comecei a andar eram
passos dirigidos ao teu encontro. estávamos destinados a encontrarmo-nos.
mas agora, sozinho na minha casa, comecei a perceber que o destino pode magoar uma pessoa tanto quanto a pode abençoar, e dou por mim a perguntar-me porque razão - de todas as pessoas do mundo inteiro que alguma vez poderia ter amado - tinha de me apaixonar por alguém que foi levada para longe.
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Mensagem por jmartins Sex Dez 26, 2008 3:29 am

25 de Setembro de 1995
Querida Catherine,

Passou-se um mês desde que te escrevi, mas pareceu decorrer muito mais devagar. A vida passa por mim agora como a paisagem do lado de fora da janela de um carro. respiro e como e durmo como sempre, mas parece não haver qualquer grande objectivo na minha vida que necessite uma participação activa da minha parte. continuo simplesmente ao sabor da corrente como as mensagens que te escrevo. não sei para onde vou ou quando lá chegarei.
Nem mesmo o trabalho alivia a dor. posso estar a mergulhar sozinho ou a ensinar aos outros como fazê-lo, mas quando volto para a loja, parece vazia sem ti. faço fornecimentos e encomendas como sempre fiz, mas mesmo agora, por vezes olho por cima do ombro sem pensar e chamo por ti. enquanto te escrevo este bilhete, pergunto a mim mesmo quando, ou se alguma vez, coisas como essas irão alguma vez terminar.
Sem ti nos meus braços, sinto um vazio na alma. Dou por mim à procura do teu rosto no meio das multidões - sei que é impossível, mas não consigo conter-me. A minha procura por ti é uma busca interminável destinada ao fracasso. Tu e eu tínhamos falado sobre o que aconteceria se fossemos separados por força das circunstâncias, mas não consigo manter a promessa que te fiz naquela noite. Desculpa, meu amor, mas não existirá nunca ninguém para te substituir. as palavras que te murmurei eram absurdas, e eu devia ter percebido isso então. Tu - e só tu - tens sido sempre a única coisa que eu desejei, e agora que já cá não estás, não tenho qualquer desejo de encontrar outra. até que a morte nos separe, sussurrámos na igreja, e eu tenho vindo a acreditar que as palavras permanecerão verdadeiras até finalmente chegar o dia em que eu, também, serei levado deste mundo.

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Mensagem por jmartins Sáb Dez 27, 2008 3:08 am

Querida Theresa,

Consegues perdoar-me?

Num mundo que eu raramente compreendo, existem ventos de destino que sopram quando menos os esperamos. Por vezes sopram com a violência de um furacão, outras vezes mal os sentimos no rosto. Mas os ventos não podem ser negados, trazendo como muitas vezes trazem um futuro impossível de ignorar. Tu, minha querida, és o vento que eu não antecipei, a rajada que soprou com mais força do que eu alguma vez imaginara possível. Tu és o meu destino.
Eu fiz mal, muito mal, ao ignorar o que era óbvio, e peço que me perdoes. Como um viajante cuidadoso, tentei proteger-me do vento e perdi a alma em troca. Fui estúpido ao ignorar o meu destino, mas até os estúpidos têm sentimentos, e acabei por perceber que tu és a coisa mais importante que tenho neste mundo.
Eu sei que não sou perfeito. Cometi mais erros nos últimos meses do que alguns cometem numa vida inteira. Fiz mal ao agir da maneira como agi quando encontrei as cartas, tal como fiz mal ao esconder a verdade sobre aquilo que estava a acontecer comigo em relação ao meu passado. Quando corri atrás de ti na estrada e também quando te vi partir no aeroporto, soube que devia ter-me esforçado mais para te deter. Mas mais do que tudo, fiz mal ao negar o que era óbvio no meu coração: que não sou capaz de continuar a viver sem ti.
Tinhas razão em relação a tudo. Quando estávamos os dois sentados na cozinha, eu tentei negar as coisas que dizias, mesmo sabendo que elas eram verdadeiras. Tal como um homem que olha apenas para trás numa viagem através do país, eu ignorou o que estava à minha frente. Perdi a beleza de um nascer do sol que estava para vir, o encanto da antecipação que faz a vida valer a pena. Fiz mal ao proceder dessa maneira, em resultado da minha confusão, e gostava de ter percebido isso mais cedo.
Agora, porém, com os meus olhos postos no futuro, vejo o teu rosto e oiço a tua voz, certo de que esse é o caminho que devo seguir. É o meu mais profundo desejo que tu me dês mais uma oportunidade. Como deves ter imaginado, tenho a esperança de que esta garrafa faça valer a sua magia, tal como aconteceu uma vez, e que de alguma maneira nos volte a juntar.
Durante os primeiros dias depois de teres partido, quis acreditar que poderia continuar a viver como sempre tinha vivido até então. Mas não posso. Sempre que assistia a um pôr-do-sol, pensava em ti. Sempre que passava pelo telefone, ansiava telefonar-te. Mesmo quando saía de barco, apenas conseguia pensar em ti e nos tempos maravilhosos que tivemos juntos. Sabia no meu coração que a minha vida nunca mais seria a mesma. Queria-te de volta, mais do que imaginara possível, e no entanto, sempre que te evocava, ouvia as tuas palavras na nossa última conversa. Por mais que te amasse, sabia que nada iria ser possível a não ser que nós - os dois - tivéssemos a certeza de que eu me dedicaria inteiramente ao caminho que seguia em frente. Estes pensamentos continuaram a perturbarem-me até ontem ao fim da noite, quando a resposta finalmente veio ter comigo. Espero que depois de ta contar, ela seja tão importante para ti como foi para mim:
No meu sonho, vi-me na praia com Catherine, no mesmo sítio onde te levei depois do nosso almoço no hanks. Estava-se bem ao sol, os raios reflectindo, brilhantes, na areia. À medida que caminhávamos ao lado um do outro, ela escutava com atenção enquanto eu lhe falava de ti, de nós, dos momentos maravilhosos que partilhávamos. Finalmente, depois de alguma hesitação, admiti que te amava, mas que me sentia culpado por causa disso. Ela não disse nada imediatamente mas continuou simplesmente a andar até que por fim voltou-se para mim e perguntou-me. - Porquê? –
Por causa de ti.
Ao ouvir a minha resposta, ela sorriu para mim divertida e pacientemente, como costumava fazer antes de morrer - oh, Garrett - disse ela finalmente, tocando-me ternamente no rosto -, quem é que pensas que lhe levou a garrafa? Quem é que pensas que lhe levou a garrafa?
Quando acordei, senti-me vazio e só. O sonho não me trouxe alívio. Pelo contrário, fez-me doer por dentro por causa do que eu tinha feito à nossa relação, e comecei a chorar. Quando finalmente me recompus, sabia o que tinha de fazer. Com a mão a tremer, escrevi duas cartas: aquela que tens na tua mão neste momento, e uma para Catherine, na qual eu finalmente digo o meu adeus. Hoje, vou sair com o Happenstance para a lançar ao mar, como fiz com todas as outras. Será a minha última carta. Catherine, à sua maneira, disse-me para seguir em frente, e eu decidi escutar. Não só as palavras dela, mas também a vontade do meu coração que me levou de volta para ti.
Oh, Theresa, lamenta muito, mas mesmo muito, ter-te alguma vez magoado. Para a semana irei a Boston com a esperança de que encontres uma maneira de me perdoar. Se calhar é tarde de mais agora. Não sei. Theresa, eu amo-te e amar-te-ei sempre. Estou cansado de estar sozinho. Vejo as crianças a chorar e a rir enquanto brincam na areia, e percebo que quero ter filhos contigo. Quero ver Kevin transformar-se num homem. Quero segurar a tua mão e ver-te chorar quando ele finalmente escolher uma noiva, quero beijar-te quando os sonhos dele se realizarem. Mudar-me-ei para Boston se me pedires, porque não posso continuar desta maneira. Fico doente e triste sem ti. Sentado aqui na cozinha, rezo para que me deixes voltar para ti, desta vez para sempre.

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Mensagem por jmartins Dom Dez 28, 2008 4:24 am

Última carta do Livro

Meu querido,

Um ano passou desde que eu e o teu pai estivemos sentados na cozinha. A noite já Vai avançada e embora as palavras surjam com dificuldade, não consigo escapar à sensação de que está na altura de responder finalmente à tua pergunta.
Claro que te perdoo. Perdoo-te agora, e perdoei-te no momento em que li a tua carta. No meu coração, não tinha outra escolha. Deixar-te uma vez foi difícil que chegasse; fazê-lo uma segunda vez teria sido impossível. eu amava-te de mais para te ter deixado novamente. Embora esteja ainda a lamentar aquilo que poderia ter sido, sinto-me grata por teres entrado na minha vida ainda que por um curto período de tempo. No início, pensava que nos tínhamos de alguma maneira conhecido para te ajudar a ultrapassar o teu período de pesar. No entanto agora, um ano mais tarde, acredito que foi exactamente o contrário.
Ironicamente, encontro-me na mesma posição em que tu te encontravas, da primeira vez que nos conhecemos. Ao escrever, estou a lutar contra o fantasma de alguém que amei e perdi. Agora compreendo melhor as dificuldades por que estavas a passar, e percebo como deve ter sido doloroso seguires em frente com a tua vida, por vezes a minha dor é esmagadora, e embora compreenda que nunca mais nos voltaremos a ver, há uma parte de mim que quer agarrar-se a ti para sempre. Seria mais fácil para mim fazer isso porque amar outra pessoa pode diminuir as recordações que tenho de ti. No entanto, este é o paradoxo: embora sinta muitíssimo a tua falta, é por tua causa que não temo o futuro. Porque foste capaz de te apaixonar por mim, deste-me esperança, meu querido. Ensinaste-me que é possível seguir em frente com as nossas vidas, por mais terrível que tenha sido a nossa dor. E à tua maneira, fizeste-me acreditar que o verdadeiro amor não pode ser negado.
Neste momento, não penso que esteja pronta, mas essa é a minha escolha. Não te culpes a ti mesmo. Graças a ti, tenho esperanças de que virá um dia em que a minha tristeza será substituída por algo de belo. Por tua causa, tenho a força para seguir em frente. Não sei se os mortos podem voltar para esta terra e andar por aí sem serem vistos por aqueles que os amaram, mas se podem, então sei que estarás sempre comigo. Quando ouvir o oceano, são os teus murmúrios; quando uma brisa fresca acariciar a minha face, é o teu
Espírito a passar por mim. Tu desapareceste para sempre, não importa quem vier a entrar na minha vida. Estás ao lado de deus, junto à minha alma, ajudando a guiar-me em direcção a um futuro que não posso prever.
Isto não é um adeus, meu querido, é um agradecimento. Obrigada por teres aparecido na minha vida e teres-me dado alegria, obrigada por me teres amado e recebido o meu amor em troca. Obrigada pelas recordações que estimarei para sempre. Mas mais do que tudo, obrigada por me teres mostrado que chegará uma altura em que eu poderei finalmente deixar-te partir.

Amo-te,
Theresa
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